domingo, 26 de novembro de 2017

Estou sentada em frente ao computador pensando o que escrever e vendo o quanto não sei mais nada sobre mim, o quanto não sinto mais nada. 
Antes eu estaria aqui sentada e entraria em cada entranha minha, trazendo toda a dor e sofrimento a tona, fazendo brotar cada amargura mas não as acho mais.
Antes eu estaria aqui e descreveria cada alegria de forma quase palpável, te diria como o orvalho da manhã foi a sensação de "deus" e no fim você também sentiria, mas não consigo descrever mais nada como igual a presença do divino. 
Será que estou morta a tanto tempo que não sinto, me belisco e constato que não há nenhum sentimento, cheguei então ao vazio. 
Não sentir é ainda pior que ter todos os sentimentos a flor da pele, ainda assim é necessário seguir em frente e por isso o vinho em meu copo desce ainda mais amargo.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Quando te vi achei que nossos passos estavam unidos, lado a lado a vida inteira. Você também acreditou nisso e desde então todo passo a frente é um passo ao teu encontro, ao teu caminho, é um retorno de onde partimos. 
Ao nos encontrarmos o que fica para trás é um rastro de destruição, misto de expectativa e decepção, nem notamos que assim como nossos destinos cismam em cruzar também nos repelem. 
E eu fico aqui procurando em todo passo seu rastro, você fica em todo abraço procurando meu afago e no final a gente se afasta, vive assim de meio amor em meio amor até que a vida canse.
Até que então não nos sobre nenhuma opção, que nosso destino até então traçado se separe em meio a frase "até que a morte os separe", que nunca foi dita a todo pulmão mas sempre foi selada por nós.